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Be-a-bá dos growlers: entenda o fenômeno da vez nos bares cariocas

Por Antonia Leite Barbosa | Publicado em 14 de março de 2017

Custou para o carioca abrir mão da loura gelada para mergulhar no universo de possibilidades das cervejas artesanais, mas ao que tudo indica, o caminho não tem volta. Um brinde a isso! A variedade de rótulos especiais ganhou corpo nos restaurantes e nos supermercados, e logo vimos disparar o número de torneiras que tratam de potencializar o sabor e a cremosidade do chope 'na pressão'. No meio de tanta novidade, os growlers entravam de mansinho em cena, revelando-se um aliado aos caçadores de sabores especiais.

À primeira vista, o objeto parece mais uma garrafa supercool que um poderoso recipiente capaz de manter um chope fresco e cremoso por até 10 dias. Um dos primeiros a investir na ideia, o bar Caverna em Botafogo tem desde a inauguração, em 2014, os seus growlers personalizados - batizados de "monstrinhos" - decorando o espaço. "Conhecemos em viagens a Nova York e a ideia veio porque a gente queria ter um objeto que representasse a marca. Acho que na época só o Botto Bar tinha, mas ninguém explorava como uma peça além de um recipiente pra chope", lembra o sócio Marcio Barros. A garrafa pesada de cerâmica vendida por R$ 130 chegou a ser reeditada 4 vezes ao longo dos anos, e em 2016, ganhou cara nova pelas mão do ilustrador carioca Marcelo Malni.

Desde então, mais de 500 peças já foram vendidas, e a procura segue crescendo. Não à toa: através do compartimento, o cliente leva 2 litros de chope, o equivalente a 5 pints da casa, com direito a R$ 10 de desconto. Que tal? "Enchemos ele direto das torneiras da nossa chopeira onde os chopes já saem na temperatura e carbonatação correta por estilo de cerveja", explica Marcio. "Optamos pelo uso de porcelana pela estética, conservação e termicidade: não deixa passar luz, veda muito melhor e mantém o chope na temperatura de consumo por mais tempo". Ausência de ar somada a uma boa vedação e um chope retirado com boa carbonatação são o suficiente para que o chope fique em média 4 dias na geladeira em perfeita condição de consumo, ele garante. A hora do brinde, não guarda mistérios. A única regra é, assim como as garrafas de cerveja, conservar o growler refrigerado na vertical.

CHOPE PARA VIAGEM

O que começou como uma peculiaridade das casas especializadas, vem se tornando cada vez mais popular. No fim de 2016, o Rio ganhou a sua primeira growler station, a PlayGrowler, em Ipanema. "Se o foco do bar é o consumo interno de bebidas e refeições, na nossa estação focamos no consumo para levar, com valores mais atrativos para a compra de grande volume. Apesar de existir um consumo interno de copos, o carro chefe está no sistema que possibilita a conservação do chope fresco por até 10 dias", explica o mineiro Diogo Lima, que junto do sócio André Beirão, 'importou' a ideia de uma temporada nos Estados Unidos, onde as estações, assim como os growlers, são bastante difundidas."Já existe um mercado forte no Sul do Brasil, interior de São Paulo e em Belo Horizonte, nossa terra natal. Desde a inauguração percebemos um grande crescimento no consumo tanto de grupos cervejeiros que já conheciam a cultura do growler como de novos adeptos que vem arriscando conhecer novos estilos", comemora.

A técnica de contra-pressão russa é a aposta da casa, que injeta CO2 nas garrafas, evitando a oxidação precoce do chope, além de manter a carbonatação por um período maior. E como forma de estimular os cariocas a embarcarem nessa onda, são vendidas garrafas de vidro e PET de 1 litro, que potencializam a ideia de sustentabilidade e praticidade da jarrinha: além de bem mais leves, são recicláveis. E ainda fica melhor: o primeiro, reutilizável, sai a R$ 15, enquanto a versão descartável, sai a inacreditáveis R$ 3,50.

Com proposta similar, a BeerLab, inaugurada em janeiro, é uma boa estação para os entusiastas da efervescente produção nacional. Num pequeno espaço de apenas 10 lugares em Copacabana, que costuma crescer para a calçada da Rua Sousa Lima, estão disponíveis diariamente nove rótulos on tap. Entre os nomes que já passaram por ali estão a tradicional pilsen da Mistura Clássica, a refrescante APA Hoppy Bird, da cervejaria RockBird, e a Witbier Easy Dive, da Oceânica. Para levar, é possível arrematar growlers de diversos tamanhos e materiais, como os de cerâmica, vidro e também de PET. O da casa é uma graça: feito de vidro e com capacidade para um litro, foi inspirado nas embalagens dos antigos boticários, e sai a R$ .

Em pouco tempo, os pontos de abastecimento se multiplicaram. A badalada Jeffrey Store, no Leblon, lançou a tempo do carnaval uma versão para os foliões cervejeiros. Feito de aço, o growler da marca sai a R$ 180, armazena 1,9 litros, e vem cheio com as cervejas Niña ou RedPilsen, e o refil sai a R$ 35. A Deli Delícia se rendeu às garrafinhas em parceria com a Cervejaria mineira Antuérpia. "Chope é a bebida preferida do carioca e como toda novidade será uma questão de pouco tempo a expansão dessa modalidade", aposta Elisa Chaves, coordenadora de marketing. Uma vez comprado o recipiente por R$ 29,90, você pode optar por levar para casa 2 litros do chope pilsen da marca por R$ 36 - a garrafa de 600 ml sai a R$ 15,90 -, o Red, por R$ 37, a IPA por R$ 47 e a Witbier a R$ 41. O abastecimento ainda ganhou outro upgrade. "Utilizamos um extensor do bico de enchimento, para que o chope escoe lentamente do fundo para o gargalo, expulsando completamente o ar e adquirindo naturalmente a pressão interna necessária".

Se até agora você ainda tinha alguma resistência ao formato, aí vai a tira-teima: o bar Birreria Escondido, em Botafogo, acaba de inovar com um delivery de chope para seus clientes. Basta ligar para o bar e pedir qualquer um dos 16 chopes do dia plugados nas torneiras, que chegarão à sua casa em growlers de vidro (R$ 8) ou de pet (R$ 4) com um litro da bebida e a promessa de propriedades e características preservadas por até cinco dias. A princípio, eles entregam em Botafogo, Flamengo e Laranjeiras, mas pelo andar da carruagem, já já essa rota cresce...

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by mg studio