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Após 10 anos no grupo Troisgros, chef francês Didier abre restaurante próprio na Lagoa
Por Alessandra Carneiro | Publicado em 3 de setembro de 2018

“Comida bonita, sabe que é gostosa”. Ok, perdoem o péssimo trocadilho (e me ajudem a segurar essa barra que é gostar de fazer piada ruim), mas é difícil não ficar com o clássico do Raça Negra na cabeça ao pensar no novo restaurante Didier, na Lagoa. A comparação, que fique claro, é apenas com a sonoridade do nome mesmo (didididididiê), já que o ambiente não combina tanto assim com pagode. Apesar do chef Didier Labbé já estar entre nós (para a nossa sorte!) há mais de dez anos, a nova casa nos leva para um típico bistrô francês, com um resgate da cozinha simples, com toque autoral e produtos de qualidade a um preço acessível.
Antes de chegar ao Brasil, Didier passou por restaurantes da França, como o estrelado L’Arpège, em Paris; e dos EUA, chegando a abrir o Clementine, em São Francisco. Questões familiares o trouxeram ao Rio, onde trabalhou por dez anos como chef executivo do Grupo Troisgros. Agora, abre seu primeiro restaurante na cidade, exatamente onde ficava o CT Boucherie, na Av. Alexandre Ferreira 66.
Em nossa visita, começamos com entradas cheias de personalidade, como o folheado de gorgonzola com pera e rúcula (R$ 29) e o tartare de salmão com carpaccio de melancia, que faz parte do menu executivo – que, aliás, custa R$ 45 com prato principal + entrada ou sobremesa, e varia todos os dias. Como prato principal, o filé de costela vem supermacio e acompanhado com batata assada , cogumelos cardoncello e tomilho (R$ 67, foto ao lado). Para a sobremesa, destacamos os profiteroles recheados com sorvete e cobertos por uma calda de brigadeiro para comer rezando (R$ 22).
O cardápio ainda vem com uma boa variedade de carnes e massas, como o tagliatelle com champignon de Paris, cebola e linguiça chorizo (R$61), e mais cinco opções de receitas vegetarianas. Além disso, o chef vai servir mensalmente iguarias menos comuns nas mesas cariocas, mas que fazem parte da tradição francesa, como rã e escargot, sempre priorizando produtores do Estado do Rio.
O ambiente – claro e clean – também é uma delícia, com projeto assinado pelo arquiteto Ricardo Hachyia e dividido em dois espaços. A ideia foi trazer um pouco do bairro parisiense de Montmartre para o anexo no fundo do restaurante, que abriga trabalhos de artistas que mudam mensalmente, expostos em meio às mesas redondas, além de uma seleção de livros pessoais do chef.